terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ata da Reunião da Rede Social da Ceilândia

Local: Programa Justiça Comunitária (Fórum de Ceilândia)

Data: 28/10/2010

Duração: 09h às 12h30min
Estiveram presentes 16 instituições/serviços, representados por 22 participantes.

A reunião iniciou com Ludmila explicando o formato da reunião da rede de Ceilândia: 1) apresentação dos novatos; 2) lanche coletivo e aberto; 3) leitura da ata da reunião anterior; 4) apresentação da instituição que está sediando a reunião; 5: Pontos da pauta, 6; Informes.

Nesta reunião participam pela primeira vez: Ivonaldo Moura, estagiário de Serviço Social no Lar São José; Marcos, estudante de Serviço Social e estagiário do Centro Comunitário São Lucas; Tecla, do ViraVida, projeto destinado a jovens de 16 a 21 anos vítimas de exploração sexual, promoção de educação para jovens e adultos e cursos profissionalizantes; Sheila, psicóloga do Liberdade Assistida; Antônio, psicólogo do Liberdade Assistida; e João Paulo, da Rede de Integração da Sociedade Organizações Solidárias – RISOS.

Foi realizada a leitura da ata da reunião anterior.

A seguir foi feita a apresentação do Programa Justiça Comunitária pelas técnicas Ludmila e Tatianna e pelos Agentes Comunitários Antônio Montalvão, Valdeci, Elizabeth, Fabiana e Deus Eli. O Programa Justiça Comunitária é um programa coordenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios – TJDFT. Foi idealizado pela Juíza Gláucia Falsarella quando da sua atuação no Juizado Especial Itinerante. Tem como objetivo a democratização da justiça, por meio do atendimento realizado pelos Agentes Comunitários de Justiça e Cidadania, voluntários da comunidade selecionados e capacitados para estimular a comunidade a desenvolver cidadania e construir uma cultura de paz. Para atingir esse fim os Agentes realizam mediação comunitária de conflitos, educação para os direitos e animação de redes sociais. Os Agentes contam com uma equipe interdisciplinar formada por profissionais do Direito, Psicologia e Serviço Social. O Programa funciona em Ceilândia desde 2000, em Taguatinga desde 2002 e em Samambaia desde 2009. Os Agentes pontuaram que eles são referência em sua comunidade, não há um caso mais ou menos importante, é importante o diálogo, as pessoas ficam agradecidas com a atuação deles, o trabalho é realizado na e para a comunidade, os Agentes são imparciais e o trabalho é sigiloso, realizam encaminhamentos para a rede social quando não há acordo entre as pessoas e atuam com ferramentas simples: diálogo, bom senso e respeito, pois o caso pode até ser parecido, mas as pessoas e os sentimentos são diferentes.

Várias questões foram dirigidas à equipe do Programa Justiça Comunitária e prontamente esclarecidas.

Após esta apresentação, foram retomados os pontos sinalizados na ata da reunião anterior: estratégias de fortalecimento da Rede Social de Ceilândia e ações a serem desenvolvidas nos próximos meses. Para tanto se questionou ao grupo: como está a rede? Como estão percebendo a rede? O que pode ser feito para melhorar?

Para Wesley (CEAV), a idéia da rede era a constituição de instituições que pudessem efetuar trocas, se apoiarem / se ajudarem; deveria ser um contato mais fraternal entre as instituições. E na verdade ele observa que tomou um rumo político com as ações realizadas neste ano. Questiona o que queremos: instituições mais politizadas ou voltadas mais para os serviços? Sugere que a rede deve trabalhar a atuação de ajuda, concentrar-se nos serviços para ajudar a cidade.

Janete (CEAV) pontuou que o CEAV perdeu o espaço que tinha na Ceilândia, agora atuam somente em Samambaia. Por não morar aqui, é difícil expressar o que Ceilândia precisa. Ao ser questionada sobre o CEAV, respondeu que é financiado por meio de um convênio com a Secretaria Especial de Direitos Humanos, que existem mais dois Centros. A ONG Vida e Juventude é quem executa esse programa, é um trabalho de interesse público.

Há uma retomada do assunto da pauta, em que Valdeci aponta que é preciso discutir políticas públicas na rede, que seja uma discussão política, não voltada para a questão partidária. Para ele é preciso refletir sobre o momento que estamos vivendo. Devemos discutir com os candidatos eleitos que irão gerenciar as políticas. Não há como ter uma rede social com várias instituições e não buscar o que queremos das autoridades.

Leiliane (CECOSAL) pede para que todos que tiverem uma opinião expressarem, pois somos poucos. Para ela é preciso esclarecer o sentido de rede social e rede sócio-assistencial. Na Rede Social de Ceilândia há diversos segmentos. O CRAS, por exemplo, tem como objetivo ofertar serviço e gerenciar a rede, por isso é importante que eles participem. Se não participam qual seria nossa função? Também alertou que se não houver discussão política não há valor simbólico e objetivo da rede existir. È necessário fazer um banco de dados e centralizar em algumas pessoas; tentou fazer um grupo do gmail, mas não conseguiu. Para ela, é incômoda a não-participação do maior representante da rede assistencial.

Gmayel (EDUCS) informou a importância da parceria do Programa Justiça Comunitária junto à Polícia. Disse que 70 a 90% dos casos que a PM atende na rua são para mediação. Sobre a pauta da reunião acredita ser importante a questão política estar compondo as discussões. Para ele é preciso haver um diálogo com quem é o executor das políticas – o governo; é preciso realizar ações integradas. Informou que o EDUCS trabalha na intervenção com usuários de crack e outras drogas.

Para Everardo (Amigos da Paz), a escuta é importante, mas é preciso falar. Segundo ele a rede social significa largar o padrão social antigo e experimentar novas formas. É preciso estudar os conceitos de rede, saber sobre padrões de rede. A Rede Social de Ceilândia vem andando numa experiência legal, mas é preciso fazer o diálogo desta rede; entrar no site www.escoladerede.ning.com. É preciso buscar estratégias de fortalecimento da rede da Ceilândia. Já existem inúmeras redes: rede da paz do IESB, rede no Itapoá, em Samambaia, entre outras. É um fenômeno! Quem quiser vir, vem; é preciso paciência! Quanto à confusão entre política e partido, pode-se dizer que estes tem sido questionados, mas a política não. É necessário discutir política a partir da ciência, da arte, da prática, da ação, da filosofia, da ética, da educação; é um exercício humano. É uma forma efetiva de buscar melhorias e de melhorar a vida dos outros.

Leonardo Ortegal (SEJUS) afirmou que nestes dois anos de rede a questão da participação política foi muito variada, mas para ele o trabalho é suprapartidário. Os problemas que houveram foram contornados, mas não se pode negar a autonomia das pessoas. Em relação a rede não se pode deixar correr solta, prejudica a Ceilândia. Questiona se a rede é um movimento social ou um espaço de articulação de serviços. Sugere partir pra rua e depois da conquista redefinir as estratégias. É preciso reavaliar de forma propositiva o que devemos fazer. O objetivo da rede é a realização de ações integradas e articulação dos serviços.

João Paulo (RISOS) trouxe a informação sobre a Escola de Redes. É uma plataforma de netweaving, quando se cadastra automaticamente, tem-se um blog. Sugere a inscrição da Rede Social de Ceilândia neste site. Para ele, rede é um conceito novo que requer estudo. A rede se autofiscaliza. Quer apresentar a metodologia que trabalha em outra oportunidade (foi sugerido na próxima reunião).

Para Valdeci (Justiça Comunitária), a Rede Social de Ceilândia foi criada com o objetivo de conhecimento dos serviços e realização de ações concretas em Ceilândia, pois, segundo pesquisas, é a cidade mais violenta do DF. O que a Rede pode fazer? Como envolver o Governo? A Rede tem que atuar! Conhece-se o que Ceilândia precisa. Para ele, Ceilândia todo tempo é uma cidade que qualquer movimento tem um deputado por trás querendo aparelhar. A Rede sobreviveu sem aceitar isso. Para a adesão de algumas instituições seria importante alguns representantes da rede apresentar como funciona a Rede Social de Ceilândia.

Vera diz que há desinformação sobre o funcionamento da rede. Ela enfrenta dificuldades para participar das reuniões. Se tivesse uma solicitação/informação para as chefias sobre a reunião seria melhor.

Tecla (SESI) acha importante bombardear instituições com informações. Fazer convite para as chefias liberar os servidores.

Ludmila (Justiça Comunitária) diz que, segundo a Profª Ilse Scherer, as redes devem ser descentralizadas, horizontais e participativas. Sugere usar modelo de ofício que foi feito no Seminário da Rede para apresentar a Rede.

Wesley disse que sentiu que a sua fala foi criticada e ampliada. Para ele, a Rede deve funcionar como troca de informação, uma forma de auto-ajuda. O coletivo se ajudando para ajudar a sociedade. Acredita que algumas pessoas se afastaram da Rede por conta da política.

Ludmila aponta que a Rede é aberta a todos. Deve-se cuidar para não haver aparelhamento. Coloca que a discussão sobre o envolvimento político deve ser retomada na próxima reunião.

Leonardo comenta sobre o jornal “O Miraculoso”, onde deverá ser publicada a poesia elaborada pela Rede “O que queremos de Ceilândia nos próximos 04 anos”, bem como apresentar a Rede Social de Ceilândia.

Neste momento Everardo exibe vídeos da Campanha do Desarmamento. Filmes dirigidos às mulheres, pois o número de mortes de homens é bem maior. Everardo é o coordenador da Campanha no Distrito Federal. Será feita tanto a campanha de esclarecimento, como o recolhimento de armas e munições. Vários segmentos da sociedade estão participando desta campanha: 76 organizações da sociedade civil da rede nacional. É uma rede aberta a todos. No dia 08/11/2010 será realizada a primeira reunião aberta a quem interessar pelo tema, no Setor Comercial Sul, às 18 horas. Até 30/11/2010, inscrições para quem puder fazer o vídeo.


Informes:
- Ação social na Paróquia do P Sul. Quem interessar enviar e-mail ou contatar com a Lúcia.

Próxima reunião da Rede: dia 25/11/2010, no SESI de Ceilândia.

Pauta: Dar continuidade à discussão sobre o funcionamento e objetivos da Rede. Nesta reunião será realizada a confraternização, com amigo oculto (lembrança de R$ 1,99), declamação de poesia sobre a rede (a quem interessar; e se for enviada a poesia antecipadamente para o blog ganhará brinde).

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