quarta-feira, 30 de março de 2011

Reunião da Rede Social de Ceilândia


Local: sede do Grupo Atitude, localizada na QNM 21, conjunto B, casa 20 Ceilândia Sul.
Data: 24/02/2011
Duração: 09-12 horas
Estiveram presentes 20 instituições/serviços/interessados, representados por 38 participantes.

Pontos discutidos na reunião
Inicialmente, Sérgio começou a reunião com a apresentação do Grupo Atitude, organização não-governamental, sem fins lucrativos, criada em 1998 por jovens de Ceilândia, realizando atividades artísticas para capacitação e formação com base na arte e na transformação social. As atividades do grupo são: a biblioteca, a rádio web, o hip-hop, o estúdio e o projeto do contador de histórias. Relatou a experiência do jovem de Ceilândia que hoje é DJ da boate Pixy e etc. O grupo tem capacidade para atender 100 jovens por período, mas passam pelo programa 300 adolescentes mensalmente. Sérgio ressaltou que o adolescente que não está na escola também é aceito no programa, pois a proposta é que, se ele ainda não está na escola, esse adolescente é o que mais precisa de apoio nesse momento. Geralmente, os adolescentes são encaminhados pelo CRAS, CREAS e COSE e para participar dos cursos devem ter entre 16 e 24 anos.

Após a apresentação do Grupo Atitude, as pessoas que estavam pela primeira vez na reunião da Rede Social se apresentaram, assim como apresentaram a instituição e serviços a que estão vinculadas. Ludmila, assistente social do Programa Justiça Comunitária, explicou como é o funcionamento das reuniões da Rede e, em seguida, Leonardo, assistente social do CAPS, ponderou a importância de uma maior adesão de pessoas participantes nesta reunião e atribuiu o fato devido à centralidade do local da reunião, a Ceilândia Sul. Foi destacado que mesmo quando as reuniões não forem em locais tão centrais, que a presença de todos é muito importante.

Em seguida, Leonardo leu a ata da reunião anterior. Ludmila retomou o assunto da reunião com o novo administrador de Ceilândia que ainda não foi marcada. Roberto da ASPCEL expôs que entregou o ofício na Administração constando o termo de Compromisso construído pela Rede e a solicitação de agendamento da reunião. O Senhor Evaldo, representante da Administração, disse que o momento é de reestruturação dos serviços da Administração e que não é descaso a falta de retorno da Administração e ressaltou que está escasso o número de pessoas para trabalhar. Roberto ficou de passar o número do protocolo do ofício para Evaldo agendar a reunião com o Administrador.

Encaminhamento: esperar a reunião com o Administrador. Na reunião anterior da Rede, 7 instituições confirmaram presença. Além destas, se inscreveram: HRC, MPU, CEAV e Conselho Tutelar.
Pauta da reunião: ações para 2011, discussão do documento referencial e mobilizações da Rede.

Ludmila esclareceu às pessoas da Rede, em relação às dúvidas apresentadas na reunião anterior sobre as Vilas Olímpicas: conversou com o Senhor Marco Aurélio, servidor do GDF responsável por esse serviço (só poderá participar da próxima reunião da Rede). Ele informou que três organizações sociais são responsáveis hoje pelas Vilas Olímpicas do DF, mas que em trinta dias, o GDF passará a responsabilidade para a Secretaria de Esporte, conforme a Lei 4081. Assim, em Ceilândia, a CEPEF deixará de ser a responsável pela Vila Olímpica da cidade.

Em seguida, retomou a importância de focar nas propostas e prioridades do Documento da Rede Social de Ceilândia, elaborado no Seminário da Rede Social em novembro de 2009. Senhora Leide, do CRAS Ceilândia Norte, relatou que a questão das creches está em momento de definição. O Conselho Tutelar está requisitando o serviço para atendimento de 3500 crianças que aguardam creche com idade entre zero e 4 anos. Até o mês de abril serão definidos os espaços para creche em Ceilândia. Ressaltou também a importância de realizar um levantamento de espaços junto ao CRAS. O Senhor Evaldo prosseguiu expondo que o governo sempre “escamoteou” essa questão e que havia demanda reprimida de dez mil crianças no DF. Afirmou que há oito anos existe a discussão de que a responsabilidade por creche deve ser da política de educação e sempre acaba ficando sob a responsabilidade da política de assistência social. Elucidou a importância do movimento e seu fortalecimento, que deve ser articulado entre MP, VIJ, CECRIA e GDF.

Paloma (Liberdade Assistida) retomou lendo as propostas do documento da Rede Social. O Senhor Edilson Barbosa relatou que o governador Agnelo construirá três creches na Ceilândia e a Diretoria Regional de Ensino está sugerindo que sejam construídas na Expansão do Setor O, Sol Nascente e QNQ. A Rede deve sugerir locais também. Propôs a volta da colônia de férias para tirar os jovens das ruas nas férias escolares, erradicar o analfabetismo em Ceilândia, solicitar a rearticulação dos Conselhos de Políticas Públicas em Ceilândia, reorganizar os “próprios” da Administração Regional para as entidades sérias da cidade e finalizou solicitando a participação na Campanha de doação de material escolar para os estudantes de Nova Friburgo/RJ - números: 0800614553 ou (61) 32178585 para recolhimento de donativos. A Senhora Socorro, assistente social do HRC, mostrou sua preocupação com os usuários de crack, álcool e outras drogas pela falta da continuidade do tratamento em comunidades terapêuticas para pessoas em situação de rua. A Senhora Maristela, representante da Casa de Justiça e Cidadania e conselheira tutelar, informou que o espaço da Casa poderá ser retirado para outro órgão e que está disposta a “brigar” com o governo para não acabar com o trabalho desenvolvido no local. Em relação à demanda por creches, falou da importância de convidar os estudantes de pedagogia do IESB para participarem do movimento. A Senhora Suely, agente comunitária de Justiça e Cidadania reivindicou a importância de não se focar apenas na questão das creches, mas da saúde também. Justificou a necessidade de construção de hospitais e maternidades infantis em Ceilândia para um atendimento melhor e a dificuldade de equipamentos no HRC, bem como a falta de médicos no hospital. Leonardo reafirmou a fala de que a Rede não pode se basear apenas nas demandas por creches, pois existem outras prioridades. Sebastião, agente comunitário, aproveitou para informar que possivelmente ocorrerá em Ceilândia uma plenária para discutir a questão da saúde e que esta será aberta à população. Socorro, do setor de Medidas Alternativas do MPDFT, expôs que cresce o número de mães reivindicando lugares para tratamento de dependência química para seus filhos. Socorro, do HRC, informou que há no hospital um programa PAVI que faz terapia com crianças. Sérgio lembrou que no dia 27 de março é o aniversário da Ceilândia e propôs que a Rede faça uma ação nesta data. Edson Barbosa, gerente da Agência do Trabalhador do P. Sul, informou à Rede que há vagas no setor e a dificuldade é que as pessoas não fazem o cadastro no sistema. Colocou-se à disposição no contato: 33774790 ou 33474103. Edilson Barbosa propôs que se faça um Ato com um bolo de quarenta metros em homenagem aos 40 anos do aniversário de Ceilândia no centro da cidade em atenção à questão das creches e as mães seriam convidadas a participar deste ato. Adriana, do CRAS, propôs um abaixo assinado para solicitar um local mais adequado para as creches em Ceilândia Norte, como forma de incentivar a participação da população nas subcomissões. Kelly, pedadoga, disse que decepcionou-se com o Panelaço pela Saúde Mental, ocorrido em março de 2010, pois as pessoas da Rede se mobilizaram e na hora a maioria não participou do movimento, que contou com poucas pessoas e entidades. Edilson Barbosa falou que se houver uma pessoa em uma manifestação, já é simbólico. Neste momento, o coletivo decidiu que é mais estratégico planejarmos um evento com antecedência para que muitas instituições participem e nossas demandas tenham visibilidade no DF.

Informe: Beto informou o acontecimento do Seminário de Arte e Cultura de Ceilândia nos dias 25 e 26 de fevereiro no Centro Cultural e Desportivo de Ceilândia.

Encaminhamento: foram formadas quatro subcomissões: Assistência Social e Trabalho; Saúde; Violência e Criminalidade; e Educação Cultura e Esporte. Cada uma deverá marcar uma data para se reunir e trazer contribuições e propostas para a próxima reunião da Rede para que sejam definidas as prioridades para 2011.

Próxima reunião da Rede Social: ocorrerá no dia 31 de março, às 9 horas, na casa paroquial da Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção. A casa fica no endereço: QNP 32, conjunto H, casa 49, P. Sul (referência: Avenida P4, próxima à Madeireira Melo e ao Supermercado Coisas da Roça). Para maiores detalhes, o telefone de contato do padre Moacir é 33778296.

terça-feira, 29 de março de 2011

3 coisas ÚTEIS escondidas em seu celular.

CONHEÇA AS TRÊS UTILIDADES QUE ESTÃO ESCONDIDAS EM SEU CELULAR:

03 coisas que você nunca soube sobre seu celular.
Será útil manter essas informações com você.
Existem algumas coisas que podem ser feitas em caso de emergência.
Seu celular é uma ferramenta que pode salvar sua vida.
Veja o que ele pode fazer por você:

Emergência I:
O número universal de emergência para celular é 112

Se você estiver fora da área de cobertura de sua operadora e tiver alguma emergência, disque 112 e o celular irá procurar conexão com qualquer operadora possível para enviar o número de emergência para você, e o mais interessante é que o número 112 pode ser digitado mesmo se o teclado estiver travado. Experimente!

Emergência II: *3370#

Vamos imaginar que a bateria do seu celular esteja fraca. Para ativar, pressione as teclas: *3370#
Seu celular irá acionar a reserva e você terá de volta 50% de sua bateria. Essa reserva será recarregada na próxima vez que você carregar a bateria.

Emergência III: *#06#

Para conhecer o número de série do seu celular, pressione os seguintes dígitos: *#06#
Um código de 15 dígitos aparecerá é o IMEI. Este número é único. Anote e guarde em algum lugar seguro. Se seu celular for roubado, ligue para sua operadora e dê esse código. Assim eles conseguirão bloquear seu celular e o ladrão não conseguirá usá-lo de forma alguma. Talvez você fique sem o seu celular, mas pelo menos saberá que ninguém mais poderá usá-lo... Se todos fizerem isso, não haverá mais roubos de celular.

Deus


Quando o sonho se desfaz, Deus reconstrói.
Quando se acabam as forças, Deus renova.
Quando é inevitável conter as lágrimas, Deus dá alegria.
Quando não há mais amor, Deus faz nascer.
Quando a maldição é certa, Deus transforma em benção.
Quando parece ser o final, Deus dá novo começo.
Quando a aflição quer persistir, Deus nos envolve em paz.
Quando a doença assola, Deus é quem cura.
Quando o impossível se levanta, Deus o torna possível.
Quando faltam as palavras, Deus sabe o que queremos dizer.
Quando tudo parece se fechar, Deus abre uma porta.
Quando você diz: não vou conseguir, Deus diz: Não temas, pois estou contigo.
Quando o coração é machucado por alguém, Deus é quem derrama o bálsamo curador.
Quando não há possibilidade, Deus faz milagre.
Quando só há morte, Deus nos faz persistir.
Quando a noite parece não ter fim, Deus faz nascer o amanhecer.
Quando caímos num profundo abismo, Deus estende sua mão e nos tira de lá.
Quando tudo é dor, Deus  dá o refrigério.
Quando o calor da provação é grande, Deus dá a sombra de sua presença.
Quando o inverno parece infinito, Deus traz o verão.
Quando não existe mais fé, Deus diz: Acredite!
Quando estamos a um passo do inferno, Deus dá a direção do céu.
Quando não temos nada, Deus nos dá tudo.
Quando alguém diz não somos nada, Deus nos diz que somos mais do que vencedores.
Quando se torna difícil caminhar, Deus nos carrega no colo.!!!


domingo, 27 de março de 2011

O 13º Salário NUNCA Existiu...


Não tinha pensado nesta! Brilhante, de fato!

Os trabalhadores ingleses recebem os ordenados semanalmente!

Mas há sempre uma razão para as coisas e os trabalhadores ingleses, membros de uma sociedade mais amadurecida e crítica do que a nossa, não fazem nada por acaso!

Ora bem, cá está um exemplo aritmético simples que não exige altos conhecimentos de Matemática, mas talvez necessite de conhecimentos médios de desmontagem de retórica enganosa.

Lembrando que o 13º no Brasil foi uma inovação de Getúlio Vargas, o “pai dos pobres” e que nenhum governo depois do dele mexeu nisso, nem mesmo o “governo dos trabalhadores”, fala-se agora que o governo do PT pode vir a não pagar aos funcionários públicos o 13º salário.Se o fizerem, é uma roubalheira sobre outra roubalheira.

Perguntarão porquê.

Respondo: Porque o 13º salário não existe.

O 13º salário é uma das mais escandalosas de todas as mentiras dos donos do poder, quer se intitulem “capitalistas” ou “socialistas”, e é justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam.

Eis aqui uma modesta demonstração aritmética de como foi fácil enganar os trabalhadores.

Suponhamos que você ganha R$ 700,00 por mês. Multiplicando-se esse salário por 12 meses, você recebe um total de R$ 8.400,00 por um ano de doze meses.

R$ 700 X 12 = R$ 8.400,00

Em Dezembro, o generoso governo manda então pagar-lhe o conhecido 13º salário.

R$ 8.400,00 + 13º salário = R$ 9.100,00



R$ 8.400,00 (Salário anual) + R$ 700,00 (13º salário) = R$ 9.100 (Salário anual mais o 13º salário)

O trabalhador vai para casa todo feliz com o “governo dos trabalhadores” que mandou o patrão pagar o 13º.

Agora veja bem o que acontece quando o trabalhador se predispõe a fazer uma simples contas que aprendeu no Ensino Fundamental:

Se o trabalhador recebe R$ 700,00 mês e o mês tem quatro semanas, significa que ganha por semana R$ 175,00.

R$ 700,00 (Salário mensal) / 4 (semanas do mês) = R$ 175,00 (Salário semanal)

O ano tem 52 semanas. Se multiplicarmos R$ 175,00 (Salário semanal) por 52 (número de semanas anuais) o resultado será R$ 9.100,00.

R$ 175,00 (Salário semanal) X 52 (número de semanas anuais) = R$ 9.100.00

O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual mais o 13º salário

Surpresa, surpresa? Onde está, portanto, o 13º Salário?

A explicação é simples, embora os nossos conhecidos líderes nunca se tenham dado conta desse fato simples.

A resposta é que o governo, que faz as leis, lhe rouba uma parte do salário durante todo o ano, pela simples razão de que há meses com 30 dias, outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda assim, apesar de cinco semanas o governo só manda o patrão pagar quatro semanas) o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro ou cinco semanas.

No final do ano o generoso governo presenteia o trabalhador com um 13º salário, cujo dinheiro saiu do próprio bolso do trabalhador.

Se o governo retirar o 13º salário dos trabalhadores da função pública, o roubo é duplo.

Daí que, como palavra final para os trabalhadores inteligentes: não existe nenhum 13º salário. O governo apenas devolve e manda o patrão devolver o que sorrateiramente foi tirado do salário anual.

Conclusão: Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um adicional. 13 NÃO É PRÊMIO, NEM GENTILEZA, NEM CONCESSÃO. É SIMPLES PAGAMENTO PELO TEMPO TRABALHADO NO ANO!

TRABALHE PELA CIDADANIA!

CIRCULE ISSO!



domingo, 6 de março de 2011

Justiça suspende licença parcial da Usina de Belo Monte na Amazônia - 25/02/2011 - 20h56



Rio de Janeiro, 25 fev (EFE).- Um juiz do Tribunal Federal do Pará ordenou nesta sexta-feira a suspensão imediata da licença que autorizava o início das obras da gigantesca central hidroelétrica de Belo Monte na floresta amazônica.
A construção da represa, que será a terceira maior do mundo com uma capacidade máxima de 11.233 megawatts, gerou diversas críticas de ecologistas, camponeses e indígenas, que temem pela degradação do rio Xingu, um dos principais afluentes do Amazonas.
A sentença também proíbe a transferência de fundos às construtoras por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que fornecerá 80% dos recursos, informou o Tribunal em comunicado.
O juiz Ronald Desterro argumentou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) concedeu licença prévia para a montagem do canteiro de obras no dia 26 de janeiro sem que se tivessem cumprido 29 condições e sem que as construtoras tivessem fornecido informação sobre outras 33 questões às que teriam que ter respondido.
Entre as condições prévias que não se tinham atendido se encontram as medidas para garantir a navegabilidade dos rios da região, os programas de apoio para as povoações indígenas afetadas e os planos para a recuperação das zonas degradadas.
"Em todos os períodos da concessão de licenças o Governo está faltando o respeito à Constituição e às leis ambientais, com a ajuda do Ibama, que se transformou em um órgão técnico que cede às pressões políticas", denunciou o procurador Felício Pontes.
A procuradoria denunciou que não só se descumpriram as regras para a concessão da licença ambiental, mas se manipularam os números apresentados no estudo do projeto, que segundo sua opinião é inviável.
A Eletrobrás, uma das construtoras que levantará o projeto, calcula que deverá deixar passar um volume de água de 4 mil metros cúbicos por segundo para evitar grandes danos ao meio ambiente, a metade do que o Ibama propõe.
Mas segundo os peritos da procuradoria, o afluente do rio Xingu não é suficiente para alcançar o volume mínimo de água que necessitaria Belo Monte para produzir energia e conseguir esse excedente.
O projeto de Belo Monte foi criado em 1979 e foi recuperado pelo Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que o licitou em abril do ano passado.
Além de seu possível ameaça ao meio ambiente, exigirá inundar uma área de 506 quilômetros quadrados na floresta e deslocar cerca de 50 mil indígenas e agricultores.


Jardel Santana
Psicólogo em Formação

Universidade Católica de Brasília - UCB
Centro Acadêmico de Psicologia - CAPSI/UCB
Fones: (61) 8137-4982 ou (61) 8413-5005
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Blog: http://jardelsantana.blogspot.com/

quinta-feira, 3 de março de 2011

A Parada Gay de Jesus: como eu vos amei

Por Daniel Sottomaior 28/2/2011 - 16:59

Em 2008, a iniciativa Brasil para Todos, que luta pela remoção de símbolos religiosos de repartições públicas, aliou-se à APOGLBT na promoção do tema daquele ano, que incluía o slogan "por um Estado laico de fato". Desde então, venho acompanhando outras iniciativas da comunidade LGBT, cujas organizações têm se firmado entre as vozes mais ativas na promoção da laicidade do Estado no cenário nacional.
Por isso causou estranheza o tema da Parada deste ano, que pede o fim da homofobia com a frase "amai-vos uns aos outros". Em artigo àCapa, Dario Neto aponta muito corretamente que essa escolha não viola a laicidade do Estado (pelo simples fato de que a APOGLBT não faz parte do Estado), e que a mensagem da Parada não é exclusivamente cristã. Quem afirmou em contrário equivocou-se. Mas entendo que há outras críticas importantes ao tema da Parada.

Para começar: alguém acha realmente que amor é coisa passível de recomendação? Por mais bem intencionado que seja o conselho, em alguma época ou lugar ele surtiu algum efeito? Ainda que a resposta fosse afirmativa, vamos agora legislar sobre os sentimentos? "Amai-vos uns aos outros" talvez faça efeito entre anjos e outros seres diáfanos e celestiais, mas aqui entre os mortais, parece apenas mostrar desconhecimento da natureza humana. Amar dezenas de pessoas já parece uma tarefa além das possibilidades humanas; amar milhões de desconhecidos é uma ideia de conto de fadas que não deveria ter lugar no chamado de uma importante organização social.

Amar a todos pode até ser um ideal cristão ou religioso, mas não é um ideal republicano. Esse é talvez o cerne da confusão da Parada. Buscar amor é um objetivo não apenas inalcançável, mas que nada tem a ver com o papel da APOGLBT, ou de qualquer outro grupo de defesa de direitos humanos. Essas instituições existem para exigir o reconhecimento de direitos e o cumprimento de deveres. O tratamento legal, respeitoso e digno, este sim é uma meta possível, ao alcance do Estado e das demais instituições sociais. É nele que devemos nos concentrar. A comunidade LGBT não precisa da acusação extra de exigir até o amor dos seus detratores.

Quanto à questão histórica, é verdade que o slogan da Parada não é criação nem propriedade exclusiva do cristianismo, mas análises da história comparada das religiões, por mais elogios que possam merecer, são absolutamente irrelevantes. A Parada é um evento de visibilidade mundial que, como tantas outras ações do terceiro setor, tem um notório papel de "relações públicas" do movimento LGBT. Quando o público recebe a frase "amai-vos uns aos outros", não há dúvida que essa mensagem tem o nome, endereço, gosto e sabor de cristianismo.

É preciso lembrar que, quando se trata de comunicação, percepção é realidade. Se uma fração apreciável da sociedade percebe o slogan como tendo identidade cristã, então, com ou sem a aprovação de historiadores, sociólogos, antropólogos e bem-letrados, e independentemente das melhores intenções dos organizadores da Parada, é a identidade cristã que se estará promovendo.

A cruz, por exemplo é um símbolo presente em muitas tradições e possui diversos significados, mas aqui no ocidente a visão desse símbolo evoca o cristianismo de maneira automática em praticamente todas as pessoas. Poucos terão o conhecimento ou o descondicionamento para associá-la a qualquer outra coisa.

Da mesma maneira, se pedirmos para algumas dezenas de pessoas completarem a frase "amai-vos uns aos outros", alguém tem dúvidas de que a grande maioria prosseguirá com "assim como eu vos amei", remetendo diretamente ao núcleo da doutrina cristã em uma frase atribuída ao seu principal personagem? Em suma, a correta análise da criação e uso de frases e símbolos em nada altera sua mensagem predominante. E no caso da frase escolhida pela Parada, esse predomínio é esmagador no sentido de remeter a um conteúdo eminentemente religioso.

Ainda que "amai-vos uns aos outros" fosse um princípio religioso universal (o que não é; Neto aponta exemplos em outras religiões do "tratai aos outros como deseja ser tratado", o que é muito diferente do amor universal recíproco), de que maneira isso contemplaria as pessoas que não seguem tradições religiosas? Aqui não posso deixar de fazer uma crítica forte à posição do diácono. Seu texto se intitula "Amor ao próximo: princípio cristão ou humano?", deixando entrever que seu universo de humanos se restringe às pessoas com religião, já que ele iguala a alegada universalidade religiosa do "amai-vos uns aos outros" à universalidade humana.

Caro diácono: as pessoas sem religião também existem, e, pasme, também são humanas! Ainda que se conseguisse provar que uma ideia está presente em todas as tradições religiosas, o que está longe de ser feito, isso nada nos diria sobre a totalidade dos seres humanos. Lamentavelmente, assim como acontece com os homossexuais, as pessoas sem religião e em particular os ateus também são vítimas invisibilidade e até da atitude de negação de nossa existência por parte dos religiosos, apesar de representarmos cerca de 10% da população mundial, e 8% no Brasil. E isso nos leva a outra crítica importante à frase escolhida para a Parada deste ano.

Concordo que existe um certo "sabor de vitória" em tentar vencer nossos detratores com as mesmas armas que usam para nos atacar - o que parece uma leitura inevitável do slogan da Parada. Se usam a religião e o cristianismo para justificar a homofobia, a lógica é usar a religião e o cristianismo para atacar a homofobia. Querendo ou não, o que o slogan faz é apontar o que seria uma contradição no comportamento homofóbico de raiz religiosa. No plano do debate puro, isso funciona com perfeição. No mundo real, só complica as coisas.

Que fique bem claro: não tenho absolutamente nada contra fazer críticas bem informadas à religião. As ideias religiosas influem em nosso trabalho, nosso lazer, nossos relacionamentos amorosos, nossos ideais, em como gastamos nosso dinheiro, como vemos o universo. Se existem problemas com a religião, eles devem ser denunciados sem meias-palavras.

Mas é fato notório que os fieis, assim como os apaixonados, são quase sempre imunes à razão. Por isso, quando se trata de religião, mesmo os melhores argumentos não convencerão ninguém a mudar suas interpretações teológicas, assim como não convencerão ninguém a se apaixonar ou se desapaixonar.

Como em todo bom jogo de xadrez, é preciso prever o próximo movimento do adversário. Quando uma entidade LGBT faz uma crítica religiosa, o que acontecerá é que os religiosos homofóbicos, mui felizes e contentes, correrão para suas bíblias para dizer por que o argumento do "amai-vos uns aos outros" não se aplica ao caso - por exemplo, lançando o velho golpe do "mas nós amamos os pecadores, só detestamos o pecado". E assim, em uma única linha, o preconceituoso não apenas se justifica como consegue a suprema vitória de arrastar uma associação civil e supostamente neutra em termos religiosos para as turvas águas da teologia e da exegese bíblica. A derrota é dupla.

O lema deste ano da Parada realmente não viola o Estado laico, mas fere o pressuposto de que as políticas públicas de Estados laicos devem se basear e princípios racionais abertos ao exame público e ao debate. Quando surge o debate do papel da comunidade LGBT na sociedade, queremos instar os cidadãos a buscar a Constituição e a Declaração Universal dos Direitos do Homem para sustentar seus argumentos, não a abrirem suas bíblias em busca dos versículos mais apropriados!

A questão de fundo que a APOGLBT e outras associações precisam trazer à sociedade é que argumentos religiosos, sejam bons, maus ou péssimos, não podem jamais servir de base para orientar a sociedade inteira pela mão forçosa do Estado. Ainda que se conseguisse fechar questão em uma agenda de princípios religiosos "positivos", coincidentes com os direitos e a dignidade de todos os humanos (até os ateus), isso validaria os demais princípios religiosos por tabela, e uma rápida olhada na história, na teoria e na prática da fé deixa claro que o já foi (e é feito) em nome de princípios religiosos. Sairíamos da panela para cair no fogo.

* Daniel Sottomaior é engenheiro, criador da iniciativa Brasil para Todos (www.brasilparatodos.org) e presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (www.atea.org.br).